Amanita phalloides: o cogumelo assassino

Amanita phalloides Cuidado com a cicuta verde!

A oronja verde é o cogumelo venenoso que causa mais intoxicações a cada temporada. Sua semelhança com outros cogumelos comestíveis e o fato de aparecer em toda a nossa geografia fazem com que, a cada ano, tenhamos casos graves de envenenamento por cogumelos. Vamos contar-lhe os segredos e as características do cogumelo venenoso por excelência

Está interessado em saber mais sobre os tipos de cogumelos e fungos? Recomendamos este guia de campo dos fungos

Queremos deixar claro que uma confusão com este fungo venenoso é muito, muito perigosa, podendo causar a morte. Portanto, se localizarmos uma cicuta verde na floresta, é melhor não tocá-la.
Todos os cogumelos têm a sua função na floresta, como já mencionámos neste artigo. Mas se, mesmo assim, quisermos recolhê-la para estudá-la em casa, devemos separá-la dos restantes cogumelos comestíveis

Cuidado ao colher cicuta, não a misture com outros cogumelos

Para isso, podemos guardar este cogumelo num pedaço de papel alumínio ou dentro de um embrulho de papel. Tenha muito cuidado ao deixá-los dentro do cesto de vime junto com os outros cogumelos, pois um pedacinho que se soltar pode causar uma tragédia.
Na nossa loja, temos cestas com vários compartimentos, precisamente para poder separar várias espécies de cogumelos.

Amanita faloides, cicuta, harinera borde, farinera borda... Todos os nomes deste cogumelo mortal

Esta espécie micológica é popularmente conhecida em todas as zonas onde aparece. E não é para menos! A cicuta verde causou inúmeros casos de intoxicação e envenenamento ao longo do tempo. Vamos explicar os principais nomes pelos quais é conhecida.
O seu nome científico é Amanita phalloides. Pertence à família Amanitaceae, subclasse Agaricomycetes, ordem Agaricales, classe Basidiomycotina. Mas nem todos os aficionados a conhecem por este nome. As denominações em castelhano são variadas: oronja verde, cicuta, cicuta verde, oronja mortal, mataperros, seta del diablo... Em catalão é conhecida como farinera borda ou farinot, em basco hilkorra ou hiltzaile berde.
Noutros países europeus, é conhecida como Death cap (Reino Unido), amanite pahlloïde ou ronge verte (França), Kavalakärpässieni (Finlândia)

Como distinguir a Amanita phalloides

A carne macia e branca, juntamente com o seu aroma nada desagradável, escondem uma armadilha perigosa. Na Casa das Cogumelos, nunca nos cansaremos de alertar que nunca se deve confiar no cheiro ou na aparência de um cogumelo para determinar se é comestível ou não. Atenção! Uma confusão pode resultar, no mínimo, num transplante de fígado.

Qual é a forma das amanitas phalloides?

Vamos descrever as diferentes partes da oronja verde para que possamos identificá-la claramente e não cometer erros perigosos.

Chapéu da amanita phalloides

Diâmetro entre 5 e 15 cm. Nos exemplares jovens, tem uma forma convexa ou subglobosa e evolui para uma forma plana na maturidade do exemplar. As tonalidades que a cicuta adota são verde-amareladas, escurecendo ligeiramente o tom no centro. A sua cutícula separa-se facilmente.

Lâminas

A amanita phalloides possui laminas de cor branca pura, largas, desiguais, lisas e bem apertadas.

Pé

O pé da Amanita phalloides tem geralmente entre 6 e 15 cm de comprimento e entre 1 e 2 cm de diâmetro. É cilíndrico e alarga-se gradualmente em direção à base, terminando num bulvo de forma ovóide. De cor branca, é possível observar na sua superfície pequenas fibras oliváceas dispostas em uma espécie de ziguezague.Possui um anel branco, membranoso, persistente, que pendura como uma saia. O anel apresenta estrias na sua zona superior.
Volva ampla e membranosa, de cor branca, em forma de saco (sacciforme), que está aderida na parte inferior e livre na parte superior

Carne

De cor branca, é esponjosa no bulbo. Cheiro agradável.

Qual é o habitat da Amanita phalloides, cicuta verde?

Esta espécie de amanita é bastante abundante e frequente. Micorriza com árvores do género quercus. Por isso, podemos encontrá-la principalmente em bosques de sobreiros, carvalhos e azinheiras, faias e castanheiros. Mais raramente também em coníferas.

Prefere solos ácidos.

Quando encontramos Amanita phalloides na montanha?

A oronja verde é uma espécie outonal, embora não seja raro vê-la aparecer desde o final do verão até ao final de novembro. A amanita faloides não gosta do frio, por isso não é habitual vê-la depois de dezembro

Intoxicação por Amanita phalloides

Dada a perigosidade desta espécie, devemos ser capazes de reconhecê-la com certeza. A intoxicação que provoca no organismo tem um longo período de latência, pelo que quando os primeiros sintomas aparecem entre 6 e 48 horas após o consumo, os danos causados aos órgãos vitais são quase irreversíveis.
A Amanita phaloides é a causadora da grande maioria dos envenenamentos por consumo de cogumelos, cerca de 90%.

Como atua no nosso organismo

A potência do veneno da A. phalloides é tal que a ingestão de 25-30 gramas deste cogumelo (equivalente a meio exemplar) pode causar a morte de um adulto. Mas, além disso, a longa latencia deste tóxico no nosso organismo torna-o muito mais perigoso. Os sintomas começam a manifestar-se entre 6 e 48 horas após a ingestão. Este longo período de incubação faz com que os sintomas não sejam normalmente associados à ingestão dos cogumelos.

Os primeiros sintomas são semelhantes a uma cólica, com diarreia, vómitos e dores de estômago. Dois ou três dias depois, estes sintomas parecem desaparecer, mas começa uma rápida deterioração do fígado, diarreias com sangue, convulsões, coma e morte.

Nos últimos anos, os avanços médicos permitiram reduzir a taxa de mortalidade por intoxicação por amanita faloides de 75% para 15%, com melhor prognóstico quanto mais cedo for hospitalizado. No entanto, apesar deste dado animador, a oronja verde deixa sequelas graves nos intoxicados e, em uma alta porcentagem dos casos, é necessário um transplante de fígado.

Cogumelos semelhantes aos Amanitas phaloides. Cuidado com as confusões

A maioria das confusões que ocorrem com a cicuta provêm de uma má identificação dos cogumelos. Especialmente se o chapéu do phalloides for de cor clara. Uma rápida inspeção permite verificar que os cogumelos têm lâminas rosadas e não possuem volva.

Em exemplares de tonalidade esverdeada, é possível confundir com a russula virescens, embora esta não possua volva nem anel.

O cogumelo dos cavaleiros ou tricholoma equestre tem tonalidades por vezes esverdeadas, pelo que seria outra das espécies com que poderíamos confundi-los. Neste caso, aconteceria o mesmo. O cogumelo dos cavaleiros não tem anel nem volva.
No estado de ovo, é muito fácil confundi-lo com o ovo do rei, o Amanita caesarea, uma vez que ambas as espécies nascem de um ovo branco e só cortando o ovo ao meio é que podemos perceber a diferença

Como distinguir a Amanita phalloides

Aqui ficam algumas dicas para garantir que identificou corretamente a Amanita phalloides. Com esta espécie mortal, temos de ter 100% de certeza

• A presença de volva é muito característica. A Amanita phalloides nasce no ovo e, à medida que amadurece, sai para o exterior. Ao colhê-la, é necessário extraí-la completamente para poder apreciá-la.
• As tonalidades do seu chapéu vão do branco puro, na variedade alba, até ao verde escuro.
• Aparece em quase todos os habitats, por isso não baixe a guarda quando for ao monte.

Fotografias de Amanitas phalloides

Apesar de ser extremamente venenoso, é um cogumelo muito bonito. As imagens de A. phalloides também são muito úteis para diferenciar e identificar o oronja verde de outros cogumelos.

Certamente já teve alguma experiência com este cogumelo perigoso. Quer contar-nos? Envie a sua mensagem para a nossa página do Facebook e publicá-la-emos na próxima revisão deste artigo.

Saúde e cogumelos! ... mas que sejam comestíveis 🙂